PERAMBULANDO

Andando pelas ruas rumo a vida

com os ouvidos cheios de canções

umas falavam de dor, outras de feridas,

mas todas tocavam os corações.

Andando pelas ruas rumo a busca

inconsciente de lembranças

do sol tão forte que me ofusca

e das intemperanças.

Achei amigos perdidos

que me enxotaram, sem dar valor,

andando pelos entretidos

dos afogados de tanto amor.

Andando pelas ruas rumo ao amor,

amor da minha vida, amor da saudade,

mulher que me vê sem horror

mulher que vive a minha felicidade.

Andando por entre amores e amigos,

conheci a pior perfída e traição,

eu fiquei desamparado e sem abrigo,

perdido fiquei em meu próprio coração.

Andando pelas ruas rumo a roseira

me arranhei em meio aos seus espinhos

na busca que me causou cegueira,

pelo que me perdi por esses caminhos.

Andando pelas ruas rumo a noite escura,

vi o espanto, a coruja, o som da amargura,

a triste senda que leva a turva solidão

por onde aprendi a mais dolorosa lição.

Andando pelas ruas rumo ao dia,

vou perambulando feito marginal,

amanhece e o sol que na face me ardia

me envolve com a sua energia colossal.

Mas sou feliz nessas minhas andanças,

e pelas ruas por onde passo as conheci,

cada canto e pedra nas suas semelhanças

que me falam o que sou e de como eu cresci.

Vou andando ainda pela ruas da vida,

nunca irei parar de andar por lá,

pois, foi nela que um dia encontrei a minha querida,

foi nela que um dia eu aprendi a amar.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 21/10/2010
Reeditado em 12/11/2010
Código do texto: T2570267
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