PERAMBULANDO
Andando pelas ruas rumo a vida
com os ouvidos cheios de canções
umas falavam de dor, outras de feridas,
mas todas tocavam os corações.
Andando pelas ruas rumo a busca
inconsciente de lembranças
do sol tão forte que me ofusca
e das intemperanças.
Achei amigos perdidos
que me enxotaram, sem dar valor,
andando pelos entretidos
dos afogados de tanto amor.
Andando pelas ruas rumo ao amor,
amor da minha vida, amor da saudade,
mulher que me vê sem horror
mulher que vive a minha felicidade.
Andando por entre amores e amigos,
conheci a pior perfída e traição,
eu fiquei desamparado e sem abrigo,
perdido fiquei em meu próprio coração.
Andando pelas ruas rumo a roseira
me arranhei em meio aos seus espinhos
na busca que me causou cegueira,
pelo que me perdi por esses caminhos.
Andando pelas ruas rumo a noite escura,
vi o espanto, a coruja, o som da amargura,
a triste senda que leva a turva solidão
por onde aprendi a mais dolorosa lição.
Andando pelas ruas rumo ao dia,
vou perambulando feito marginal,
amanhece e o sol que na face me ardia
me envolve com a sua energia colossal.
Mas sou feliz nessas minhas andanças,
e pelas ruas por onde passo as conheci,
cada canto e pedra nas suas semelhanças
que me falam o que sou e de como eu cresci.
Vou andando ainda pela ruas da vida,
nunca irei parar de andar por lá,
pois, foi nela que um dia encontrei a minha querida,
foi nela que um dia eu aprendi a amar.
(YEHORAM)