OLHARES
E só sabemos de nós através do outro?
E quando não são os "outros" ,
mas o outro de nós
que grita e esperneia
e não conseguimos mais controlar?
Eu sei... ou não sei... de você...
Este [teu] vento que ainda sopra
e é sempre o mesmo...
aquele capim dobrado a tal intensidade
murmura versos
como velhos fados pungentes
uma súplica de amor
um lamento
e a mão não alcança
além desse gesto...
Voltar sempre ao mesmo ponto
de partida,
pisar sobre os velhos rastros.
Os mesmos olhos brilham
para antigas paisagens?
Ou são novos olhos que
tentam ler novamente
as mesmas histórias
para enganar o Tempo?