PALAVRA

Ala irreal

de íngremes fantasias.

Inefável às impressões

... psíquicas,

cujas preenche-nos

como morfina às dores.

Ressalvam-te,

lívidas cores!

Palavra,

enquanto amparada

em luminárias remotas,

cartesianas

e semiológicas,

infinita!

Falas,

derrubando tíbios dilúvios

na língua.

Sobre minhas,

tuas antipatias...

Sobre nossas intuições metafísicas!

Sobre o mal da tísica profética

e cadavérica.

ofertada em cancerígenos sarais.

Palavra,

filha minha!

Guardo dos teus melhores

livros não escritos,

a dignidade dos versos

e prosas jamais lidos.

Palavra,

flanco derradeiro

dos achados e perdidos.

Ainda te vaticino

num ato superior

- maior que sou.

E me feches

falante da moral

à mal dizê-la!

Palavra,

num alhures,

publico-te em nublosas tardes.

Designada a “malentendidos”.

Foliada de alardes.