Proceloso
Na casa velha, noite escura.
Ventos, nuvens eletrizadas.
Nela balança a estrutura,
Relâmpagos e clareadas.
Lá fora um negro manto
Enche os olhos de cegueira.
Causa-me tanto espanto.
Quase perco a estribeira.
O galo quer cantar
Mas não se anima.
Prefere silenciar
Pois perdeu sua rima.
Granizo, chuva em borbotões.
Trovejadas e raios
Silenciam as multidões,
Desesperos e desmaios.
Tempestade enfurecida.
A Terra parte e treme.
O que vai ser da vida...
É como o barco sem leme.