[falas-me de um sorriso que esvoaça]
falas-me de um sorriso que esvoaça
em redor da luz
de uma nascente
onde as palavras são puras
cristalinas
com seus corações de água
e eu aqui
sentado neste café
olhando o mundo a passar
tão concreto como uma navalha
rasgando a pele da solidão
mas escuto-te
persisto em acordar a tua voz
entre sombras e escombros
que restaram do tempo
em que fazer memória
valia a pena
perscruto o que reside
dentro das vidraças
estas ruas por onde o olhar se faz
vagabundo
talvez com a secreta
esperança
de encontrar o fio de ouro
em que se tece a tua voz