Pólos, Silêncios & Fogo!

Safa areia, correnteza firme, duna,

Esteira do cotidiano mais prosaico,

Laico, emenda acadêmica, fintas & fatos,

Relatos que a memória traz & traduz,

Misturas, fomentos, jeitos, cor & artes,

Divindades & demoníacos lado a lado,

Daquilo que se conta, se, sabe ou inventa,

A grande orgia entre fatos & datas,

De quem impera, sombras ou sobras,

Todas as deidades se sobrepondo a voz,

Silêncios marcados a ferro & fogo,

Seja qual for o lado do mar navegado,

Confira sua opção, mesmo que seja tarde,

Daquilo que se segue luz & bem se serve,

Cascalho, madeira, pano ou mais areia,

Sôfregos, proscritos, louca paranóia,

Mais vestígios entre tantos ossos,

Na pegada impressa ao canto rupestre,

Lamentações pudicas pelo sagrado feminino,

Bispado invadindo a mortalha & a montanha,

Aquilo que era errado, passando a ser certo,

A floresta chamando em cânticos & poções,

Morreu pagão, subiu aos céus, depois sorriu,

Toda fé que molda a morte dos contrários,

Entre o véu vermelho na lágrima amarela,

Fogo-fátuo em ultramarinas dores,

Uma sede cortante pela imensidão do mar,

Vagar até sentir a terra sob os pés,

A estrela explodiu, trocou a Lua de lugar,

O que era pólo, derreteu finalmente!

Guarde uma moeda, o barqueiro irá passar logo!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 05/10/2006
Reeditado em 18/10/2006
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