CRIVO
Euna Britto de Oliveira
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Onde estão os corações que gostavam de mim,
mornas montanhas em que eu podia me escorar?...
Às vezes sei.
A vida estremece minhas entranhas
e me faz medo a névoa de seus monumentos!...
A minha árvore ginga tão bem dia de ventania!...
A minha mão escreve tão bem dia de agonia!...
A força que me empurra
desemperra essa engrenagem,
escrava porque quer,
escrevo porque quero!
A sorte é um trevo,
é um cravo,
e trevo é folha ou não é,
e cravo é flor ou não é.
Até hoje,
tudo que fiz foi por amor,
por falta
ou por excesso de amor...