CRIVO

Euna Britto de Oliveira

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Onde estão os corações que gostavam de mim,

mornas montanhas em que eu podia me escorar?...

Às vezes sei.

A vida estremece minhas entranhas

e me faz medo a névoa de seus monumentos!...

A minha árvore ginga tão bem dia de ventania!...

A minha mão escreve tão bem dia de agonia!...

A força que me empurra

desemperra essa engrenagem,

escrava porque quer,

escrevo porque quero!

A sorte é um trevo,

é um cravo,

e trevo é folha ou não é,

e cravo é flor ou não é.

Até hoje,

tudo que fiz foi por amor,

por falta

ou por excesso de amor...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 05/10/2006
Código do texto: T256796