CHUVA DE PRATA
Olho pra ti, receosa,
Tão débil, chuva de prata.
Bem tento recuperar-te,
A moléstia te maltrata.
Eras bela, radiosa
De lindas folhas formada.
Agora nem se vislumbra
Se terás a flor rosada!
Procuro tratar-te bem,
Até contigo falar,
E a terra que te sustenta,
Com atenção observar.
Acabei de te regar
Planta amiga, devotada,
E até te desinfestei
De algum insecto atacada.
Nem sei se o calor que ‘stá
Te incomoda como a mim.
Rezo pra que venha a chuva
Que o calor abrande, enfim.
E a nostalgia me invade
Neste fim de tarde quente
Senhor Deus, vela por nós,
Por nós vela, eternamente.
Lisboa,19.09.2006