Cavernas
Existem no mundo pequenas cavernas
Cuja existência poucos conhecem
São o canto terrestre das trevas
Arestas que o tempo desconsidera
Mas que a vida prolifera
E onde a mesma vida é sufocada
Apenas o que remete à melancolia subsiste
E o perfume da morte subsiste
Contaminando o pesado, irrespirável ar
Mas os vultos continuam a chegar
E as pequenas cavernas seguem a se espalhar
E seus vultos a se distanciar
Do mundo e de suas pessoas
Nestas cavernas que se infiltram, e se esquecem
Mas que ninguém percebe
Quem sabe não conheces algum
Quem sabe não venha até ser você
Mais um vulto esquecido em alguma caverna
Um canto terrestre das trevas
Onde toda a tristeza do mundo recai
Onde se pode sofrer em paz