NORDESTE
Régistre-se a voz do norte
que não se cala, vocifera.
Fala e ecoa, e não redunda;
que tem de boa a mais profunda
canção cantada, interposto,
entre a terra e o sol que escalda.
Régistre-se a voz norte,
que aponta para o nascente
sua magistral régia região.
terra que não mais que o mar
define, contorna e limita,
enquanto el’imita sua liberdade;
Régistre-se a voz do norte
em lembranças e presentes.
bóias-frias, àguas quentes.
Memória do que aquecia
é a saudade, único ser que desata...
fere, tortura, mas não mata.
Régistre-se a voz do norte,
subtraída por mentes vazias...
Frias, desacordadas, letárgicas!
quem dera poder discorrer,
discorrer das flores mágicas
vagantes, ladrilhando nossas ruas
Registre-se a voz do norte
que jamais morrerá
ainda coagido a rimar morte!
Como outro outrora, agora vejo:
que o nordestino, o sertanejo,
é (mesmo) antes de tudo um Forte.