JANELA
Euna Britto de Oliveira
www.euna.com.br
Molhei o vento com o suor do meu rosto,
andando, de férias, na praia.
Belisquei a fruta, sem fome.
Na palma da mão,
a tatuagem de um barco sem timão,
de um raio sem trovão,
a universal letra M,
a inicial de milhões de nomes,
não do meu, nem do seu.
Viajo nessa Internet gratuita
que me conecta ao universo
e vai liberando versos...
Adoto uma estrela,
dou-lhe carinho,
lustro suas pontas,
pisco o olho para ela,
elogio, porque é amarela,
mas não pergunto a idade dela,
pois sei que é mulher!
E velha...
Mas brilha!
E vela!...
Depois, coloco lá em cima
um sentimento não abortado,
crescido, criado,
autêntico, não caiado,
impossível de ficar comigo...
Vai, sentimento,
fica morando naquela estrela!
Um suco de maracujá me adormece
e, no sonho,
vou visitar minha estrela.
Já tomou seu banho de sol,
minha sentinela...
Meu sentimento está com ela,
lá em cima,
como uma criança que não quer ser vista,
e oculta só o rosto atrás de uma coluna,
julgando-se inteira escondida!
Meu sentimento está brincando de esconder,
logo onde todo mundo vê!
Na ponta que aponta o que seria
minha maior felicidade!...
Mas não pode!
Sublimação...
Sublime ação!