NUM PORTO QUALQUER DO MUNDO (reeditado)

NUM PORTO QUALQUER DO MUNDO

Retorna o vento. Ele sopra do mar... O que ele traz? O que ele vem buscar?

Vou de mãos vazias e as trago cheias de saudades.

Eu tenho um porto em algum lugar do mundo

Cujo mundo cabe em minhas mãos.

Tenho a areia sob os pés, fria, úmida e marcada por breves momentos pelas impressões do meu ser, levadas a cada segundo para sempre ao fundo do mar.

Nessas idas e vindas a vida se reconstrói, viaja, ancora, parte e retorna. Partilha, adiciona, porém, sempre volta ao mesmo cais.

Tenho o vento que canta, assovia baixinho entre os rochedos, mas que depois, conta-me entre rajadas gélidas o riso e o choro triste de quem partiu.

Tenho sim um imenso mar... de um azul quase profundo a me seduzir.

Secretamente encosto-me no vento que embala docemente o barco vazio ancorado num porto qualquer do mundo.

Meus dias nunca foram vazios, minhas horas jamais foram banais, mas, hoje fui tão mais longe, talvez a vida toda....

Sinto-me o beijo que demora...

O abraço que espera com calma a chegada do próximo vento

Ancorando outros sonhos num porto qualquer do mundo.

"E por águas do destino vai-se até encontrar outro porto...

Solidão? A espera de algo novo? O inesperado..."

Grata pela interação Arauto Soturo

Vento de Outono
Enviado por Vento de Outono em 19/10/2010
Reeditado em 30/01/2012
Código do texto: T2565464
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