DOIS DIAS
Transgrido voluptuosamente
As leis do ontem, e me
Instalo silenciosamente
Entre flores que jamais vi.
Todos os trauseuntes são
Como fantasmas.
Recordo a dor que vivi,
E constato instantaneamente
Como local a ser incinerado
Em mar de entulhos,
Supostos fragmentos do nada!
Recomeço e vejo begônias
Em sentido de afloramento.
Imutável é o dia de ontem.
Nenhuma ingerência e nenhuma
Contribuição posso dar a ele...
Necessariamente, é como um sonho:
Declina-se na linha do horizonte.
O dia de ontem é como a
Flor que não floresce,
Nada pode ser feito em relação a ele,
Exceto um aprendizado qualquer,
Como entre o amanhecer e o anoitecer...
Demarco a linha do horizonte,
É o dia de hoje em perspectiva:
Em estado de progredir,
De profunda aceitação e
Profunda renúncia.
É bem assim, como o dia de
Hoje se apresenta!