Saudade em Esperas


O dia me pesa onde a saudade é queda
tateando o que de dentro em mim é textura e som
a voz dele é o meu silêncio quando preciso acordar
Pura tempestades de desejos
o nome que escolho para sorrir
até finjo dormir para o tempo passar

Não quero qualquer ontem,
nem qualquer beijo,
nem qualquer riso...
Quero o impossível,
porque o fácil não me atrai nem redime

E o silêncio corta o som e apaga o bom.
A alma nua beirando os meus lábios
Cubro a cama com todas as vontades
e adormeço sem ouvir o que eu mesmo grito :
essa suada saudade de quimeras.

Eu já nem era e nem me permitia ser
naquela falta distante e assim num instante,
me esparramava em lençóis que ele desenhava
enquanto suas mãos me esculpiam em volúpia e tantas esperas.
Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 18/10/2010
Código do texto: T2564252
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