UMA OUTRA CANÇÃO

Não sei como se explica

Essa sede

A voracidade

Com que me tomas em teus braços

E bebes dos meus lábios

Sorvendo de mim um veneno

Um antídoto

Não sei como se explica

A intensidade com que me tocas

Roçando de leve teus dedos em meu corpo

Ferindo meus princípios de inviolabilidade

Tocas também a minha alma

Remexes meus sentimentos

Desestruturando e fazendo ruir

Aquilo que pressupus inabalável

Não sei como se explica

Esses instantes em que fervo

E que perco os sentidos

Essa dança em que me conduzes

Tão sublimemente

Mesmo sem saber qual a música

E o próximo passo

Não sei como se explica

Como se perde referencias

Em questão de segundos

Como se entra em transe

Após um suspiro

Como se continua em brasas

Mesmo terminado o incêndio.

Janina Dias
Enviado por Janina Dias em 18/10/2010
Código do texto: T2563192
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