PRIMAVERA SILENCIOSA
Primavera silenciosa
pássaros mudos em galhos tortos
lágrimas secas em faces frias
feridas sempre abertas
amargo fel nas entranhas.
Me rouba o sorriso
me cala a palavra
me corta o grito ao meio
esta lembrança amarga.
Engulo em seco
mergulho neste rio viscoso
de peixes rígidos.
Primavera silenciosa
pássaros mortos
nos telhados
e a sombra da morte
se curva sobre a
beleza aparente
das cores.
Primavera silenciosa
beleza na superfície
olhares vãos, sorrisos falsos
por dentro a podridão
o caos, a mentira
(a quem pensas que enganas?)
E na aprência
o gesto contido,
o punhal cravado nas costas
o dissimulado rosto
da vileza e do engano.
E então...abatida em pleno vôo
...silencio...