Elo
Meus olhos ardem, e com certeza O pior elo é aquele que nos prende Sem existir, que nos ata sem que se veja, Que nos bloqueia aquilo que se sente. Queria eu poder dizer coisas sinceras, Dar chances, mas falsas esperanças me conduzem Por uma estrada nem um pouco singela, Onde me aguardam verdades cheias de azedume.
Sinto-me trancada em mim mesma, E esse elo me prende ao nada, ao vazio. Eu queria mesmo era pôr um fim nisso, Segurar essa obsessão e desfazê-la
E mesmo que curta,
promover uma ruptura.
Talvez eu possa não suportar,
e embora o que eu mais queira
seja lhe chamar,
eu preciso sair
dessa minha teimosia
de não querer existir.
Antes que seja tarde,
e dê vontade
De religar o inexistente, Continuar sorridente, E achar o mundo perfeito
Mesmo sem
tê-lo.