MACULAÇÃO
Não se profana o jardim de nossa existência,
Território santificado onde escrevemos nossa história,
Onde dobramos os joelhos em oração
E recebemos as bênçãos de cada dia.
Seria como disseminar veneno onde germinam flores
Que não sucumbem à podridão...Mas secam
A fim de continuarem purificadas
Porque os abutres sobrevoam e ficam à espreita
Com suas garras e seu vôo dissimulado à espera da destruição.
Na tentativa de deixar seu rastro maligno.
Páginas rabiscadas, manchadas, respingadas de dor
Pela putrefação da mácula ali fecundada.
"Não se devem dar pérolas aos porcos"
Inevitavelmente o que é sagrado
Não se mistura à profanação.
Regina Xavier