Violino desafinado

a vida parece desandar sob meus pés;

leva meu corpo para onde quer,

faz de mim, um traste em desuso,

um monturo de coisas podres

nada faço, de nada abdico,

continuo na mesmice:

idolatrando meus ídolos,

pedindo perdão aos meus deuses

você também nada faz

para me socorrer ou acabar de me matar,

me deixa à deriva

como se eu fosse o todo apodrecido

reclamo de tudo e de todos,

me lembro de Paganini

que vendeu a alma ao diabo

que, com certeza, não quer a minha

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 04/10/2006
Reeditado em 04/10/2006
Código do texto: T255966
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