Violino desafinado
a vida parece desandar sob meus pés;
leva meu corpo para onde quer,
faz de mim, um traste em desuso,
um monturo de coisas podres
nada faço, de nada abdico,
continuo na mesmice:
idolatrando meus ídolos,
pedindo perdão aos meus deuses
você também nada faz
para me socorrer ou acabar de me matar,
me deixa à deriva
como se eu fosse o todo apodrecido
reclamo de tudo e de todos,
me lembro de Paganini
que vendeu a alma ao diabo
que, com certeza, não quer a minha