A Melhor Amiga do Canalha

Ela senta ao meu lado

e me mostra a calcinha

mete a mão na minha nuca

e implora para

que eu a deixe louquinha.

Ela me dá abraços apertados

e me lambuza a bochecha

com beijos molhados

e pergunta: "Eae, Rafael!?

De onde é que sai

todo esse mel?"

Ela é a única que me entende

e assiste tudo de camarote

e despreza e desdenha

as que dão

inaladas no meu cangote.

Ela, desde o começo, sabia

que meu segundo nome

era cilada mas, mesmo assim

marcava umas rapidinhas

na esquecida escada.

Ela me dá um sorrisinho sem graça

todos os dias, ao me dar bom dia

e sua melhor amiga veio confirmar

o que desde o começo eu já sabia.

Ela me caçoa sempre

que o inevitável destoa;

das oferecidas é a inimiga

que a invejam por ser

minha melhor amiga.

As outras

suscitam rumores

e forjam intrigas,

instilam dissabores

e, por elas, com isso

o meu desprezo arraiga.

Não compreendem que,

na tal sedução,

eu não passo de um charlatão

e, quando me perguntam

sobre o mel

não sabem que aqui, em mim

o que impera é o fel.

Mas ela, a melhor

sabe qual é a real

reconhece o meu valor

e até me dá moral.

Não troca sua atenção

e nem faz escarcéu

com o intuito único

de me levar pro motel.

Você é um anjo perdido

que apareceu na minha vida

e na escuridão dos meus dias

é como um raio de sol.

E estes versos são pra você,

minha praga, minha ruiva,

minha melhor amiga

chamada Carol.

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 16/10/2010
Código do texto: T2559463
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