...Amante Noturna...
Sirva-te de meu corpo,
Farta-te de minha carne,
Deita teus olhos nus sobre os meus...
Suspira tua fenda em deleites,
No lacrimal atroz beijo de amêndoas,
Impele teu feminil lábio,
Rompe teus soluços e gritos,
No soar da flauta alva ventosa,
Onde retorce teu seio luxúria,
Espectros vertigens,
Delira teu sabor no ar,
Soa teu urro a melodia,
Meus dedos tecem suas harmonias,
Minha língua aloja-se em teu dorso,
Curvada em apelos – Langues aveludadas,
Trazes no ventre sedoso,
O Licor da volúpia,
Um cálice a derramar,
O sedutor abismo embriagosso...
Dopa-me tua dança maça,
Do fogo ao frigido,
A lascívia tênue e Imortal,
Do sangue a saliva,
Da luz ao obscuro...
...Então – silêncio e fim...