RAÍZES DA TERRA
Maria de Fatima Delfina de Moraes
Sou filha da terra.
No sangue, profundas raízes do seio da terra.
Astúcia cabocla, meu bisavô índio me deu.
No encontro com a dança minha alegria transborda.
Frenética mudança mulata, fervilho nos passos do samba.
É quando sou terra fresca e viva!
Porém, se assolar-me a tristeza,
sou terra seca e árida.
Escondo a angústia nos sulcos profundos
onde a dor em meu peito sangra...
É quando me calo, inquieta,
recolho-me ao silêncio do meu quarto.