ONDE VOU ANCORAR...

onde vou ancorar...

cansaço a me invadir.

logo, perco-me a pensar

em tudo que já fiz.

no que ainda faço...

e, em tudo que ainda farei.

neste mistério que é viver

em meio às labutas de cada dia,

no alvorecer, energia a me mover,

na força da fé que me ergue para vencer

na disposição que impulsiona o meu querer

no amor que me chama para amar e amar.

na razão poderosa de uma oração ao céu.

apreciar o milagre, a paz e o bem do suplicar.

onde vou ancorar...

os sonhos, os amores e dores que ficou no tempo.

aquelas lágrimas que escorreram fartas e teimosas

decepções que quase enlouqueceram o coração

loucuras de instantes decididos como desafio.

ah! alegrias tantas que transbordaram da essência do ser.

conquistas com ou sem troféus, vitórias e medalhas da alma

dívidas pagas com perdão sincero, humilde e infantil...

longos caminhos trilhados, solitários, cambaleantes

deixando em cada curva um pedaço de mim, assim, fatiado.

páginas escritas, borradas de lágrimas doídas, incompreendidas

inocência despertada para a maldade que rodeia, sugando o bem

julgamentos precipitados, condenando a prisão, mente sã, veraz

cansaço que grudou, sucumbiu e hoje lamenta o belo não vivido.

onde vou ancorar?

Gus, 15/10 - madrugada.

Míriam DOliveira
Enviado por Míriam DOliveira em 15/10/2010
Código do texto: T2557230
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