VOU - Resposta a "VAI"
Vou
Cdor Heraldo Lage
Resposta a “VAI” de Iracema Zanetti
Vou
Porque o mundo lá fora me espera
Sou
Simples fruto de uma doce quimera
Se a tua porta me abristes, em teus passados
Com tantos sorrisos e entre olhares celestes
Desse azul dos teus olhos, então enamorados
Se aos beijos e abraços tanto me recebestes
Era simplesmente porque ao poeta, o teu amor
Vertia dos teus poros como luz em esplendor
Se nas noites de luar ante estrelas fulgurantes
Das orgias de amor restava uma cumplicidade
Dos tangos e boleros que dançamos triunfantes
Restava ainda grande atração paixão e amizade
Conduzindo-nos a grandes fantasias delirantes
Recordando-nos minúcias com imensa acuidade
Vórtice oriundo de nossos corpos entrelaçados
Fortes sentimentos nos tornavam descansados
Vértice esquina em que tanto nos encontrávamos
Sem vitórias ou derrotas, apenas nos amávamos
Se brincando, entre tantas gargalhadas de amor
Se tu dizias que eras Tu... E eu dizia que era Eu
Campeões do amor, sabemos que seja onde for
Vitoriosos sempre somos n’um amor em apogeu
Na mistura amantes/vencedores, eras Tu, era Eu
Se ao conduzir-te em meu colo até a tua cama
Foi para amar-te assim tão desesperadamente
É porque as provas não faltaram a quem ama
Quando vive apenas o momento plenamente
Se hoje com batom em minha face me recebestes
Tatuado de outras bocas, ainda não entendestes
É porque amor não tem barreiras, tu merecestes!
Esquecestes de que Tu também namorastes
Outro ser sem que antes Tu a mim deixasses
Nem assim fico incerto de que Tu me amastes
Sem motivos para que em ciúmes Tu ficasses
Pois no amor não há limite ele não tem fronteira
Me mandas embora e esperas não fazer besteira
Sigo em frente meu caminho sem eira nem beira
Porque quando uma porta se fecha outras se abrem
Porque no amor com poesia outros corações cabem
Porque amar um doce poeta todas as musas sabem!
Heraldo Lage
Amigos Verso & Prosa
http://www.hlage.com.br
Em 16-04-2005 – 09:44 hs.
Vai
Iracema Zanetti
Vai
Não te quero mais
Bati a porta violentamente
Sem olhar para trás.
Vezes sem fim abri essa porta
Para te receber aos beijos e abraços
Sorrisos alegres e olhares apaixonados
Tomavam conta do meu Ser
Quando a fechava porque tinha-lhe
Ali a meu lado!
À noite o luar e as estrelas
Eram cúmplices e companheiros
De nossas orgias amorosas
Dançávamos ao som do tango
E nos perdíamos em loucos
Devaneios!
Rostos colados corpos entrelaçados
Conversávamos sobre nossos sentimentos
Qual... Nos perguntávamos...
Qual de nós dois ama mais intensamente?
A resposta rápida e sonora
Chegava alegremente acompanhada
De gostosas gargalhadas
E uníssonos respondíamos
Eu...! Eu...!
Levavas-me ao colo até a cama
E nos amávamos desesperadamente
Como se fosse a primeira
E a vez derradeira!
Mas hoje ao abrir a porta para te receber
Ostentavas marcas de batom tatuando
Teu rosto de outras bocas vermelhas!
Uma lágrima rolou dos meus olhos
Desesperada
Enciumada
Morta
Ordenei severa e secamente
Vai
Não voltes nunca mais!
Depois disso
Preguei minha porta por trás...!!!
Ceminha
Iracema Zanetti