Barraco

Naquele barraco suspendendo
o teto do batido chão,
paredes frias de papelão,
dormem estirados no chão
sem ter comido um único pão
seres que sofrem humilhação
de serem estatística da marginalização

Daquele barraco sem número, nem cor
ecoa o som do rap, fank ou estopô
que vem da arma do jovem atirador,
no ritmo que a miséria humana decretou,
embalando letras, revelando em seu teor
toda fome, tristeza e dor de um povo que
tenta sobreviver, resgatando seu valor

Neste frio barraco encontram-se abandonados
meninos que precisam de comida e abraço
e da vida só recebe violência e descaso.
É o retrato da realidade da vida sofrida
dessa gente humilde que o mundo rejeitou,
que entre riso e dor vive o seu amor
na impropriedade que a vida reservou

Iza Mota
Recife - PE
Iza Mota
Enviado por Iza Mota em 04/10/2006
Reeditado em 01/03/2007
Código do texto: T255705