[21h16... Em Círculos]
Eu pisoo a terra antiga e a nova,
o pó fino sob os meus pés
vai marcando, demarcando,
os vários caminhos onde andei...
O pó aponta-me rumos que, todavia,
sei bem que não seguirei...
O vento é o esquecimento...
Os amores... quantos, quantos!
As emoções dos encontros -,
os renovos - os pés lavados
nas águas frias que descem
dos morros enluarados...
O Ontem era promessa de infinito,
o meu rosto era límpido para o novo!
Mas o Hoje é cerca velha, caída,
tombada, enferrujada, sob a mesma lua...
Sonhos do emigrante que já não são nada...
Mas... é em círculos que eu ando;
círculos convergentes para o ponto
onde a imagem some, e nem o ser,
antes sôfrego, ansioso, não é mais.
[Repito, n-ésima vez: só instante do gozo
faz desmoronar o sentido do tempo...
O resto é nada, é rendição aos outros...]
[Penas do Desterro, 14 de outubro de 2010]
as 21h16...