O PRETENDENTE
O PRETENTENDE.
Procuro companheira.
Tenho um carro de primeira.
Duas rodas, puxa papelão.
Tenho uma casa.
Palafita.Cinco metros do mangueirão.
Banheiro. Buraco no chão.
Chuveiro. Só pular n'agua.
Um belo e moderno fogão.
Que catei no lixão.
O duro é o gaz.
Que quando acaba,é pegar,
carrinho de mão.
Televisão à válvula.
Regula no botão.
Senta e levanta um vício.
Mas ótimo exercício.
A luz é gambiarra.
Falta corda, na guitarra.
Não não fumo,não sei jogar ou beber.
E quase não como-vou-la- saber.
Ofereço tudo isto, e uma coisinha mais.
Tenho profunda ternura.
Aqui, amar não é um luxo.
Está em todas as sutilezas.
A oratória lusitana, será insuficiente.
Para narrar minha emoção e candura.
Cada dia será uma viagem.Uma aventura.
onde tudo se ameiga; e tudo à altura.
- Então, quer?
Se quiseres, serás uma mulher.
DON ANTÔNIO MARAGNO LACERDA
Prêmio UNESCO/POEMAS
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