FRIO DE OUTUBRO

Esta noite brumosa e fria

tão fora de época, outubro,

quanto a esta ventania

que resseca esses lábios rubros.

E ao meu lado a solidão

com seu bafo ainda mais gélido

em meu pescoço de espião,

melancólico, sem seu mérito.

Ingrata é esta estação

que não reconhece o que doei,

que abdiquei em junho, ambição,

foi com a alma que te amei.

Mais frio eu senti na cama

a frieza da tua ausência,

não ouvir a tua voz que me chama,

no cume da minha demência.

Me pesa o sono nas pálpebras

e vou perdendo os sentidos

envolvido em tais álgebras

pelo cansaço irei vencido.

Mas o sono me ausenta

e me desliga do frio temporão

e logo meu corpo se esquenta

e vou pelo sonho, pela imaginação.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 13/10/2010
Reeditado em 14/10/2010
Código do texto: T2555102
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