Alma velha

O mar distante ouvido apenas no cheiro de maresia

impregnando ar respirado,

imaginando espuma de ondas afagadas pelo sol de outono

salpicando areia seca revolvida,

nada esquecido da tarde parada no tempo

avistando distantes barcaças cercadas por nevoeiros

infindáveis,

esperanças em portos exuberantes,

naquela recordação rememorada, realidade

em escuridão forçada,

tudo renascia uma outra vez na borboleta tonta

vagueando,

procurando descanso próximo.

O querer estar suspenso em silêncio sossegado,

um clarão repentino tudo iluminou

acordando da subida vertiginosa a um mundo

quase esquecido na passageira loucura,

hoje estive lá sem estranhar,

pureza por esta vez de alma velha, desregrada,

mais emoções,

associações,

sensações,

neste poço profundo.