tuas mãos
tuas mãos
inquietas
exigentes
arquitetas
me desenham mapas
pelo corpo
desdenham qualquer conforto
me desarrumam
o quarto
a cama
a vida
escancaram as fraquezas
que há tanto tempo
eu guardava escondidas
disfarçadas de abandono
saudade
tristeza
tuas mãos
lentas
acesas
de tão imprudentes
me percorrem inteiro
impunemente
invadem meus limites
aceitam meus apelos
meus convites
sem qualquer cerimonia
sem sequer me deixar
respirar
tuas mãos
não sabem
que assim como as flores
os terremotos interiores
que podem causar