O Gigante e o Tempo

Foi-se o tempo em que era menor

Foi-se o tempo em que era amor

Foi-se o tempo em que era amar

Foi-se o tempo

E foste a oeste pelo leste

E foste pelo rumo do agreste

E foste como nunca me deste

E foste

E passa pelo céu cantar

E passa pela canção de ninar

E passa pela noite o enluarar

Que passa

Tudo passa, tudo posso

Tudo meço, tudo espaça

A vida como um cobre

A noite como um porre

O Gigante como um nobre

O escorpião que o descobre

O tempo que me cobre

Já não é o amor que me socorre

Sou fiel ao meu fel,

Esse meu tropel de perseguir o tempo

Esse meu mel de perseguir o vento

Essa vida

Ah! essa vida. Ah! essa morte

Ah! essa lida. Ah! essa sorte

Amenos e lindos cortes

A menos que me conforte