Lábios Rainha I
A noite declina com a música em asas,
E com o tempo no acaso,
Seus dedos anestesiam os ponteiros,
E seus olhos dopam as horas...
Noite – minha Amante leal,
Sempre me vem possuir,
Sua carne não me renega,
E seu corpo é sempre meu.
Que homem pode aqui sofrer olhando teu céu?
Sou o libertino ébrio,
Ao sol morto em mim,
Entretanto – a ti... Sou Rei e tu Rainha...
Nossos castelos invisíveis,
Habitam a imaginação,
A ilusão faz-me afortunado,
Pois o real – é para todos os olhos,
E a fantasia apenas para nós nasce,
Simplesmente nós a matamos – unicamente nós a temos,
Adentro do fim de nosso Ser...