Mãos
Mãos humanas,
que constroem o futuro
e enterram o passado.
Podem ser violentas
ou carinhosas.
Traidoras
ou verdadeiras.
Que assinam sentenças,
de vida ou de morte.
As mãos que abraçam,
são as mesmas mãos
que golpeiam pelas costas.
Mãos que pedem
e outras que se doam.
Algumas ferem,
outras curam.
No gesto do adeus
ou no toque do reencontro,
aproximam e irmanam pessoas.
Assim são as mãos,
com a sua frente verdadeira
e o seu dorso falso.
Quando as mãos se unem em oração,
nasce uma esperança,
que um dia essas mãos
inquietas, inseguras,
tragam em seus dedos
uma flor, símbolo
da aliança duradoura
com a Natureza
que as criou.
17 de setembro de 2001