CILÍCIO - PARTE I

Há pouco pressenti que tu virias

Perfeita em todo aspecto possível

Dum céu todo estrelado das nuances

Tingidas pela própria Estrela d'Alva!

Servi como um escravo o tempo exato

De não gozar em ti mi'a liberdade

Quis não te devotar um beijo amargo

De um fel que, no meu sangue, está latente

Parti sem questionar meus pensamentos

Que, livres, se perdiam em águas cálidas

Sem ar, vagavam entre dores fundas

E as cores do jardim da mesma casa

E, errante, sem vitória ao céu da vista

Podendo, sem motivo, declinar

Ao mar sem terra firme ao seu redor

Que trouxe permanente em teu lugar

Gemi de desespero à noite pútrida

(Não sabes que, sem ti, só a vejo assim?)

Quebrei pelo caminho toda pérfida

Lembrança que trazia - te viva em mim

A Força pouco a pouco enfraquecia

Andar já não era mais como um castigo

E o choro esmagador de todo dia

Solvi - o na solidão que está comigo.

Gabriel Castela
Enviado por Gabriel Castela em 11/10/2010
Código do texto: T2551445
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