O tempo do amor

Bem dizia o velho amigo Albert...

É, esse mesmo, o sábio matemático,

Que o tempo é relativo,

Depende da distância física do meu amor!

A distância do coração

Não pode ser medida,

Nem em unidades microscópicas.

Não por ser invisível,

Mas porque é sempre nula!

É por isso que não há diálogos,

Há sussurros...

Nem pedidos, só olhares...

É hora de amar!

Dizem que o volume da voz

É proporcional à distância dos corações

A distância requer gritos,

A sobreposição dispensa pronúncias.

Já a distância física é contada em horas

Não! Em dias, semanas, meses...

A ritmos lentos, intermináveis, regressivos:

Menos um, menos um, menos um...

Na tentativa de acelerar o relógio.

E enfim, quando o instante tão ansiado

Torna-se o presente deveras desejado,

A eternidade vira fração,

Os momentos inesquecíveis

Medem-se milimétricos, insaciáveis,

E a contagem galopa invertida:

Mais um, mais um, mais um...

(São Carlos, 19/07/2007)

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 11/10/2010
Código do texto: T2551152
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.