O tempo do amor
Bem dizia o velho amigo Albert...
É, esse mesmo, o sábio matemático,
Que o tempo é relativo,
Depende da distância física do meu amor!
A distância do coração
Não pode ser medida,
Nem em unidades microscópicas.
Não por ser invisível,
Mas porque é sempre nula!
É por isso que não há diálogos,
Há sussurros...
Nem pedidos, só olhares...
É hora de amar!
Dizem que o volume da voz
É proporcional à distância dos corações
A distância requer gritos,
A sobreposição dispensa pronúncias.
Já a distância física é contada em horas
Não! Em dias, semanas, meses...
A ritmos lentos, intermináveis, regressivos:
Menos um, menos um, menos um...
Na tentativa de acelerar o relógio.
E enfim, quando o instante tão ansiado
Torna-se o presente deveras desejado,
A eternidade vira fração,
Os momentos inesquecíveis
Medem-se milimétricos, insaciáveis,
E a contagem galopa invertida:
Mais um, mais um, mais um...
(São Carlos, 19/07/2007)