Realidade
De olhos cerrados, silêncio tamanho,
Entre quatro paredes nuas, vazias,
As minhas mãos fechadas, tão frias ...
A alma se evade e não a retenho ...
Por cima, uma nuvem, cinzenta, pesada ...
Aos pés, um abismo medonho, sem fundo ...
Eu já não sei se estou neste mundo
Ou num pesadelo que sonho acordada !
Ao longe, o trovão ribomba sem dó !
Olho à minha volta, mas estou tão só
E o pavor me leva a querer voltar !
Os olhos abrindo ... Só escuridão !
“É esta a verdade”, diz-me o coração ...
De mim tenho dó ... Já nem sei sonhar !