Arrebol embriagado. (Titônia hedônica)
Turvo olhar trago agora,
Nesta noite lancinante
Que se expõe ao corante
Desta augurada aurora.
Sentado ao solo feraz
Qual cultiva corações
Irrigados com canções
E altivez de belos versos.
Da janela entreaberta
Fogem as notas suaves,
Embebidas de saudades
E devaneios irrequietos.
O que prediz a manhã
É o pulsar embriagado,
De convulsos transeuntes
E sonolentas cortesãs.
A partida agora é fato
O indolente retornar,
O mordomo que nos guia
É a miséria a divagar.
Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2010.