MARASMO CRUEL (español y portugués)

Los contornos de mis besos

se vaciaron de tu impulso,

alambiqué mi sed en tu mirada

y no le diste a la razón ningún sentido.

Quedé hueco en la noche

anhelando la oportuna caricia

de tu mano insostenida

y mi avidez no claudicó en el tiempo

aunque el espacio me dio el ancho margen

de tu ausencia eterna.

Mi extenuación sin mitades

me convocó a la plenitud del reencuentro

imaginado

cada noche, cada instante, cada aurora

y el sol ardió sobre mis venas yertas

secando el alma

que partió en tu busca.

Este marasmo cruel, esta no-vida

me compromete a desandar por donde vine

para vivir un poco más... ya muerto.

Versão em português: Jane Botti

Os contornos dos meus beijos

esvaziaram-se do teu impulso,

alambiquei a minha sede no teu olhar

e não deste à razão sentido.

Fiquei oco na noite

desejando a oportuna carícia

da tua mão insustentável

e minha avidez não claudicou no tempo

ainda que o espaço deu-me a larga margem

da tua ausência eterna.

A minha extenuação sem limites

convocou-me à plenitude do reencontro imaginado a

cada noite, cada instante, cada aurora

e o sol ardeu sobre as minhas veias tesas

secando a alma

que partiu em tua busca.

Este marasmo cruel, esta não-vida

Compromete-me a desandar por onde vim

Para viver um pouco mais... já morto.

Alberto Peyrano
Enviado por Alberto Peyrano em 27/01/2005
Reeditado em 31/01/2005
Código do texto: T2549