BÚSSOLA DA PERDIÇÃO
Enfrento os moinhos e me lanço em abismos
Quando penso nele e sinto a falta
Num descanso de mais uma batalha
Salivando esperas
Negando-me chorar ruas passadas
Soluçando o sim quando nos despedimos
E o procuro em todos os poros
No rodapé de minhas saudades
Quando antes fui carbono
De dias sem marcas de metades
e ainda no fôlego brilhar o neon do desejo
atravessando as minhas pernas
numa fome diária no roçar dos pelos
chegando a sangrar a carência
Essas fomes que se derruba na cama
Mas que não se contenta o corpo , o suor
E a alegria do prazer no durante
Desde antes, asfixiante
Que somente ele a saciaria
Hei de descobrir a porta do ontem
A bússola da perdição
Soletrando bocas, dedos
Vestindo avessos
Nessa fome de nunca existir
Sendo lua em todas as fases ao teu bel prazer
Formando nuvens no céu
quando me prende a sua alma num sopro da vida.