Ciclo
Imagens da realidade me aparecem no espelho.
As rugas em minha face me questionam,
- O que eu fiz na minha juventude ..
Todas as expressões do meu rosto se clareiam,
E me mostram que o passado se foi.
A vida passou como uma tempestade; rápida demais,
Devastadora demais.. Deixando consequências e marcas banais.
Minha mente como um retrato se congela e para no tempo.
Nada de novo, tudo que acontece se torna velho.
E é apenas um rosto, só mais um rosto, cansado, marcado...
O Tempo não tem misericórdia, Ele correu e eu não percebi.
Me vejo, me procuro em espelhos e me pergunto:
- Onde deixei minha face ..
Ela se perdeu, o passado se foi, passou como o crepúsculo à aurora.
Sabendo que um dia meu corpo teve uma vida.
E que eu já no fim, não me vejo sendo uma parte daqui.
Irei sem ninguém lembrar do meu nome,
Sem ninguém conhecer minha história, e
Quando o inevitável final chegar, eu só vou esperar
''Que a terra me seja leve''