MEUS MEDOS

Não tenho medo de morrer.

Tenho medo de não bem viver.

Não tenho medo d’’espinhos,

Mas sim, do morrer das pétalas

Que enfeitam tantos caminhos;

Não tenho daquilo que não conheço,

Mas sim, do que penso conhecer;

Não tenho medo morrer dormindo,

Tenho medo de ir dormir... Morrendo.

Não tenho medo da escuridão,

Pois ela força-me abrir os olhos;

Tenho medo da claridade absurda,

Pois esta sim me ofusca a visão.

Não tenho medo das feridas abertas,

Mas tenho medo das moléstias incertas;

As feridas abertas... Cicatrizam.

As moléstias incertas... Aterrorizam.

Não tenho medo das mãos de Deus

Recriminando meus passos errados;

Tenho medo das mãos do encardido,

Acariciando...Meus inúmeros pecados;

...Não tenho medo d’espinhos,

Mas sim, do morrer das pétalas

Que enfeitam os meus caminhos.

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 09/10/2010
Código do texto: T2547628
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