ENCONTRO DE ALMAS
Olhos de vidraça em manutenção
Escrevo novas manhãs
Sem alterar a cor pálida das nuvens
E a marca d’água nos sorrisos
No batom que acaba quando meus lábios o encontram
Na sede das falas
Nas palavras que ele derrama
Que meu coração preenche e enfarta
Na espera disfarçada de jejum poético
No hálito de tantos sonhos, novos registros!
Na boca de meus rios, nas mãos de minhas florestas em chamas
Na neve de papel, seus dedos sobre meu corpo
Entre passagens secretas que teus delírios descobrem meus tesouros
O verbo se move, se volta para o infinito.
Na absorção do toque, promessa ousada de nosso encontro.
Em que ambos somos almas nuas banhadas do mais puro amor
A concretizar os planos num ritual de eterna felicidade