POEMA DE MARFIM


A rota da sua boca quase encostou na minha
e eu silenciei o mundo ao redor pra receber seus lábios
no cáis das palavras, no movimento da língua inquieta
na saliva quente do meu mais profundo desejo
Apenas um desejo entre outros mil que responde por teu nome
No vocabulário rico de paixão
nas horas marcadas de tuas indas e vindas
a recolher-se em minhas cavernas
no tempo hábil de dar adeus e ainda sim querer
repousar no teu colo o meu cansaço
ainda que o nada aconteça
o tudo já se fez concreto no abstrato de mim
na fala mansa dos vermelhos que acendemos
Nos versos  de amor que fizemos
ao pintar o nosso poema de marfim.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 09/10/2010
Código do texto: T2547158
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