Obrigado por errar
Ao retornar a casa
Num ato heróico, o vilão
Anjo rebelde sem asa
Ajoelhou-se pra ouvir o sermão
E diante do chão, suas tristezas
Contou e tocou o coração
De quem sempre amou
Na incerteza da mesma paixão.
E disse sem mais delongas
Cansado de tanto penar:
-Já senti o vento em meu rosto
E nadei contra as ondas do mar
Hoje sou à favor da beleza
E admiro a natureza
Tentando me confessar.
Obrigado por errar
Palavras que desmentem o instinto
No intuito de desmerecer o esforço
Do fraco em uma ingrata ação
Na razão de sentir-se culpado
Até quando a certeza e o exato
Forem vítimas da ingratidão.