Obrigado por errar

Ao retornar a casa

Num ato heróico, o vilão

Anjo rebelde sem asa

Ajoelhou-se pra ouvir o sermão

E diante do chão, suas tristezas

Contou e tocou o coração

De quem sempre amou

Na incerteza da mesma paixão.

E disse sem mais delongas

Cansado de tanto penar:

-Já senti o vento em meu rosto

E nadei contra as ondas do mar

Hoje sou à favor da beleza

E admiro a natureza

Tentando me confessar.

Obrigado por errar

Palavras que desmentem o instinto

No intuito de desmerecer o esforço

Do fraco em uma ingrata ação

Na razão de sentir-se culpado

Até quando a certeza e o exato

Forem vítimas da ingratidão.

Almeida Silva
Enviado por Almeida Silva em 09/10/2010
Reeditado em 29/04/2013
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