Casas

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existem certos cubículos

feitos de suor e concreto

nos quais os homens crescidos

sentem-se novamente feto.

Todo o conforto de útero:

calor de ventre materno,

tem neles imagem perfeita

obra-prima industrial, externa

útero artificial, sem sexo...

E se são de novo rebentos,

são de uma mãe quotidiana

mãe que sempre estando prenha

tem seu constante parto diário.

Inreprodutivo e assexuado.

Mas como reaver a antiga

morada? Reencontrar assim

de soslaio o ventre perdido,

a casa da mãe onde tinha

atenção de filho único?

Poder-se-á reconstruir tal

cubículo singular, medido

em sua forma aritmética

com todos os traços nativos

onde amalgamados todos

comunguem de uma mesma mulher?

E onde o homem se sinta

criança, dona de um reino

que venha a ser só seu?

Onde o útero o acolha

por ser frágil seu ser?