Chuva Negra
Olhos que me dilaceram a alma
contornam sem permissão meus íntimos segredos
serpenteiam meus cabelos dourados
deslizam sem tocar meus seios
Repulsa, ódio revolta, medo
ando sem rumo pelas ruas
a chuva fina molha meu corpo inteiro
olhos perdidos ninguém me vê
na multidão que passa apressada
Noite chega fuga passageira
viajo entre sonhos e pesadelos
longe distante do anjo negro
que me vigia esperando outro dia