Amor

Amor, vento meigo da paixão, é conforto e afeição,

Adejar cadenciado da ave na vastidão

Buscando asilo na névoa ligeira do oceano.

Manhã de três-marias, desejo alucinado...

De alguém que passa o tempo na expectativa

Enclausurado.

Deleite insano da paixão, mar rebelado

Chuva forte... Amor sem ensejo, de loucura

E desejo; de paixão sem juízo, desnorteado...

Sem rodeio ou esperteza, cigano sem destino

O Érebo no jardim ensolarado!

Paz e ternura, viço da juventude.

O mais tépido ânimo, enlace de ousadia.

O empíreo na elevação, a mais bela opinião!

Paixão absurda, loucura colossal, a coisa nula,

Ausência crispada, conclusão à despedida!

Amor, enfim, é vida esclarecida, afirmativa do sim,

Na chegada e no fim!

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 02/10/2006
Reeditado em 02/10/2006
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