Amor
Amor, vento meigo da paixão, é conforto e afeição,
Adejar cadenciado da ave na vastidão
Buscando asilo na névoa ligeira do oceano.
Manhã de três-marias, desejo alucinado...
De alguém que passa o tempo na expectativa
Enclausurado.
Deleite insano da paixão, mar rebelado
Chuva forte... Amor sem ensejo, de loucura
E desejo; de paixão sem juízo, desnorteado...
Sem rodeio ou esperteza, cigano sem destino
O Érebo no jardim ensolarado!
Paz e ternura, viço da juventude.
O mais tépido ânimo, enlace de ousadia.
O empíreo na elevação, a mais bela opinião!
Paixão absurda, loucura colossal, a coisa nula,
Ausência crispada, conclusão à despedida!
Amor, enfim, é vida esclarecida, afirmativa do sim,
Na chegada e no fim!