Caminho de Solidão

Quando a platéia se retira,

os sentimentos morrem,

a vida suspensa por uma haste

equilibra sonhos deitados em esteiras

O tempo espera as espigas do mundo

varridas pela poeira

esquecendo a cadência dos passos

no desfiladeiro do silêncio

Mergulho então no céu que me grita

enquanto anjos temporários

partem o silêncio

que saem do meu mutismo

Segue a solidão,

que desce dos sudários

imperiosa e fria,

como um mar que toca os vitrais

com sua aragem macilenta

junto a indiferença que a terra refugia

Conceição Bentes

06/10/10

Conceição Bentes
Enviado por Conceição Bentes em 06/10/2010
Reeditado em 28/10/2010
Código do texto: T2541215
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