Olhos cegos
Minhas mãos se abrem
Em gestos inúmeros passam
Detalhadas mensagens...
Palavras e mais palavras são ditas
Na tentativa do teu mundo alegrar
Vãs investidas, pois é quase impossível desvendar
Um motivo para a felicidade em tua vida transbordar...
Boas sementes eu tenho plantado
Regado e cuidado
Com todo o apreço existente em mim,
Mas nunca vejo o germinar por que os pássaros as comem.
Faço tudo,
Tanto faço
E o que eu ganho em troca?
Um apreço mal expresso,
Palavras frias que quebram
Barragens interiores.
Em mim ficam as seqüelas
Da deficiente retribuição
Mas tu não consegues perceber
Porque teus olhos são cegos a mim...
Enquanto eu me despedaço
Para o melhor te ofertar
Você me apedreja.
Isso é enfadonho
Como droga que vicia
Sinto-me inebriada por você.
Queria as amarras poder soltar
E um dia lhe dizer o que tanto senti
E o porquê de tanto lhe fazer...
Espero que em um momentâneo devaneio
A saudade que um dia você disse que sentiu
Retorne, e esta te leve a reabrir as ternuras
Retratadas em papel comum...
Que o seu coração guarde o momento
Ao menos uma vez e quando do seu mundo
Ausentar-me que a imagem da doçura e do frágil
Permaneça viva ao menos UMA VEZ!