BARDAS DA VIDA
Já não vejo Narciso,
Estampado no meu espelho!
Em cacos jaz a silhueta,
O sorriso, a gargalhada,
Os trejeitos faceiros, dançarinos...
As bardas nunca me abandonam!
Muitas vezes me oprime o peito,
O cabresto que me fere.
Já não uso a máscara.
O desalento é o cobertor.
O frio é cortante
A castigar-me a carne.
Tempo!
Tempo que me levou
Tanto encantamento!
Os verdes anos,
O olhar enamorado,
E tantos amores!
Quantos papéis,
Quantas empreitadas
Ainda cumpro nessa jornada!
Tudo é finito nesta vida!