BARDAS DA VIDA

Já não vejo Narciso,

Estampado no meu espelho!

Em cacos jaz a silhueta,

O sorriso, a gargalhada,

Os trejeitos faceiros, dançarinos...

As bardas nunca me abandonam!

Muitas vezes me oprime o peito,

O cabresto que me fere.

Já não uso a máscara.

O desalento é o cobertor.

O frio é cortante

A castigar-me a carne.

Tempo!

Tempo que me levou

Tanto encantamento!

Os verdes anos,

O olhar enamorado,

E tantos amores!

Quantos papéis,

Quantas empreitadas

Ainda cumpro nessa jornada!

Tudo é finito nesta vida!

Genaura Tormin
Enviado por Genaura Tormin em 06/10/2010
Reeditado em 07/10/2010
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